
Ela é a rainha.
Com as mãos suadas , gritando por alguma consideração, o que esperar da natureza impávida, gloriosa , autossuficiente?
Ela estava chegando.
Silenciosa, pesada, um calor imenso a precede.
Antes da catástrofe sempre vem as lembranças dos tempos felizes.
Amo-te, algum dia nos veremos idosos.
Tudo passará engolfado pelos detritos urbanos, o egoísmo sem fim, a necessidade de tomar todos os espaços com sua mágoa infinita?
Linda, perfeita obra do planeta que é insensível aos minúsculos lamentos humanos.
Os pássaros apresentam seus cantos, o olhar esta perdido sem saber o que fazer, a ansiedade pelo seus efeitos é devastadora.
Os que serão atingidos telefonam insistentemente pedindo ajuda, mas todos os alertas se esgotaram.
O socorro está cuidando de si, cada ser que sare suas feridas, aconselhamos que se agarre em algo ante a fúria das águas.
A tormenta será incontrolável, o fim virá para muitos.
Não há para onde ir, como libertar- se , pois optou permanecer úmido, coberto pelas gotas, dizendo amo- te a cada vez que a chuva vinha regar seus jardins, preencher de líquido um lugar sêco, insípido , sem cor?
A tempestade é implacável.
Ventos poderosos, o mar se eleva, os carros passam carregados pelas aguas furiosas, uma coincidência ditada pelo cosmos faz com veja o que passou o dia pensando e o afogamento esta completo.
Quando as aguas baixarem os sobreviventes estarão mais fortes?
O que existia antes da fúria das aguas será reconstruído?
Saber lidar com as cicatrizes é a sina de todos que passam incólumes pela tempestade.
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