No Caminho e o hábito de refletir.
Fazem 4 meses que enterrei meu pai.
Deveria realizar uma ode ao que se foi ?
Amar o impossível, atirar- se pelos abismos, realizar sacrifícios por redenção?
Não somos mais o que éramos.
Voce que está aqui constata isto a cada respiração.
Um sonho que espero que Voce entenda: quando praticamos um abraço sincero o Universo deveria paralisar.
Gostaria de ter poderes para ser seu anjo, praticar a persistência dos demônios que atormentam a Terra , falar para ser ouvida imediatamente, curar- se sem cirurgias , levantar os aflitos, extinguir a necessidade de cadeira de rodas, ressuscitar o que exista de bom.
De tantas impossibilidades que sejam palavras que toquem seu coração!
Viva Pablo Neruda, Fernando Pessoa e o amor que explode feito uma barragem rompida!
Inúmeros acontecimentos desde então:viagens maravilhosas, mensagens surpreendentes, demonstrações de ingratidão, festas opulentas, sorrisos e carinhos, chuvas, assassinatos em massa, homenagens, consultas médicas, dores e uma vontade de que muito se repetisse e outros acontecimentos que nunca mais aconteçam e eternas frustrações e dívidas e prazeres.
Desta infinidade de contradições o que restará?
O desejo do bem que tentamos fazer, algumas placas sobre a mesa, as lembranças serão devastadas pelas dores e angustia de não querer que chegue tal situação e o certo é o imposto de renda e o olhar para o infinito .
A alegria contagia a caminhada pela certeza que a incoerência preenche o humano e a dor e o prazer nos fazem iguais.
