quinta-feira, 31 de março de 2011
Os limites
quarta-feira, 30 de março de 2011
O Espírito da Caveira
terça-feira, 29 de março de 2011
As dores emocionais
segunda-feira, 28 de março de 2011
Carta da noite
sábado, 26 de março de 2011
Perdoar- se
Aqui é seu lugar
sexta-feira, 25 de março de 2011
Triunfo
Oito dias
quinta-feira, 24 de março de 2011
Paz de espírito
Liberdade
quarta-feira, 23 de março de 2011
Comunicação e consequência
terça-feira, 22 de março de 2011
Reflexões sobre a perda
A tempestade
domingo, 20 de março de 2011
Gotas jesuíticas
sábado, 19 de março de 2011
As mudanças
domingo, 13 de março de 2011
Tsunami e Terremoto
quarta-feira, 9 de março de 2011
A sensação perfeita
sábado, 5 de março de 2011
Estudos no Caminho
O Mestre disse: '' Apenas os mais sábios e os mais estúpidos não mudam.''
Livro XVII,3.
A China é um dos berços de tudo que chamamos de civilização .
No Caminho a China é uma fonte de sabedoria e descoberta.
A importância do aumento da compreensão do Outro implica num estudo de múltiplas facetas.
A motivação para esta pesquisa foi a busca por aquela sensação de aumento das sinápses no cérebro, proporcionando a experiência que os americanos chamam de ‘’a-ha experience”, uma interjeição que é algo como a sensação que fisicamente ouve uma mudança em nossa compreensão, aprendemos algo.
Ao estudar o pensamento chinês a sensação inicial é assustadora.
A literatura é farta e complexa.
A base dos estudos foi a obra História do Pensamento Chines de Anne Weng, os Analectos de Confúcio e Introdução a filosofia chinesa de Karyn L. Lai.
O pressuposto da sinóloga americana Anne Weng é que conhecer um universo cultural radicalmente diverso requer espírito persistente e com curiosidade pelo saber.
Assim como ao lançar- se ao mar inicialmente deve- se saber nadar, ter já sentido a maresia alguma vez, as referências da filosofia ocidental como forma de comparação para o pensamento chinês aumenta a complexidade do estudo.
A proposta contemporânea requer uma abertura a não enxergar a China sob nossas lentes, conseguir compreender que suas estruturas mentais e a interpretação da realidade é outra.
O que estudar, quais as perguntas preliminares?
Para uma primeira referência o personagem é Confúcio.
Confúcio é o nome associado a China a forma como Sócrates, Aristóteles é vinculado na cultura ocidental, se é possível um paralelo neste sentido.
A civilização chinesa, desde o século VI a.C. tem algo em suas referências a partir da aplicação, discussão e negação do que foi compilado pelos alunos deste mestre no livro Os Analectos .
Confúcio não possui sua história comprovada.
Confúcio é associado na história chinesa ao século VII a.C. . Anne Cheng apresenta em sua obra História do pensamento chinês que as datas tradicionais são 551-479 a.C.
O Mestre viveu 72 anos .
Na China os tempos históricos são denominados por Dinastias.
O período de existência do pensador chinês é apresentado como aquele em que estava em declínio a realeza Zhou, chamado de Primaveras e Outonos entre 772 e 481 a.C.
O pano de fundo dos acontecimentos relatados pelos documentos e escavações é a guerra constante na busca do poder central.
O território que hoje chama –se China estava estruturado em um mundo com classes de pessoas à forma feudal .
Dominar a maior área possível para auferir riquezas dos dominados.
As idéias de Confúcio, num tempo de guerras sangrentas e intermináveis, onde se pregavam valores morais aos governantes, foi um fato com impacto profundo na China antiga.
No II milênio antes da era cristã os escritos chineses demonstram que sua base cultural está ligada ao culto dos antepassados e no caráter divinatório da escrita e da racionalidade.
A ética chinesa está baseada em Confúcio e esta é a base do que se chama consciência chinesa.
O que torna os Analectos a referência basilar sobre o pensamento chinês é que a filosofia de Confúcio trata da essência da moralidade.
Os Analectos é lido na China como se lê a Bíblia no ocidente , segundoD. C. Lau.
São quinze Livros onde estão numerados os parágrafos.
Tratam- se de diálogos e aforismos tratando de temas diversos.
Na época de Confúcio eram correntes as idéias da existência no campo da prática humana do Caminho (tao) e da virtude (te).
O Caminho( Tao) é o mais próximo da busca da Verdade ocidental.
A expressão te era ligado ao significado de conseguir.
Conseguir com valor moral.
O agir com princípios.
Segundo Anne Cheng o pensamento chinês é totalmente imerso na realidade, não há razão fora do mundo.
As idéias de Confúcio aprimoraram- se devido a multiplicação de correntes de pensamento.
Desta forma a identidade cultural chinesa se constrói sobre dois mil anos do Império chinês utilizando- se de dimensões diversas de Os analectos.
Confúcio apresenta uma concepção ética do homem em sua integralidade e universalidade.
Para Confúcio toda pessoa pode ser capaz de melhorar e de aperfeiçoar- se indefinidamente. Consta que :
’’ Aos quinze anos resolvi aprender. Aos trinta eu estava firme no Caminho .
Aos quarenta eu não tinha nenhuma dúvida.
Aos cinqüenta eu conhecia o Decreto do Céu.
Aos sessenta eu tinha um ouvido perfeitamente afinado.
Aos setenta, eu agia segundo os desejos do coração, sem por isso transgredir norma alguma.’’.
Analectos Livro II, 4
A proposta de Confúcio em um mundo de guerras era a reforma ética da Sociedade.
Sua proposta envolvia a eliminação de comportamentos corruptos.
O desafio será enquanto estivermos vivos.
No Livro I,4 dos Analectos a reflexão de encerramento visando a estimular ao estudo deste universo cultural :
‘’Todos os dias examino a mim mesmo sob três aspectos.
Naquilo que fiz pelo bem estar do outro, falhei em fazer o meu melhor?
Ao tratar com meus amigos, falhei em ser fiel as minhas palavras?
Ensinei aos outros algo que eu próprio não tenha experimentado?’’
Bibliografia
1.Os analectos – Confúcio Tradução do inglês de Caroline Chang
Tradução do chinês de D.C.LAu. LPM Pocket,Porto Alegre 2006.
2.História do pensamento chinês Anne Weng Editora Vozes Petrópolis RJ, 2008.
3.Introdução a filosofia chinesa Karyn L. Lai São Paulo Madras,2009.