quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O lobo da estepe


Um livro desafiador  que provoca reflexões sobre nossos comportamentos , desejos e procedimentos perante as rotinas do dia.
Hesse, o autor, quando da publicação reclamava que '' a burguesia rejeitava o livro por ser impiedoso e desordenado, e os socialistas porque o achavam irremediavelmente individualista, ou seja demasiadamente burguês, segundo eles''.
Harry Haller, personagem do livro O lobo da Estepe é um homem de cinquenta anos que acredita que sua integridade depende da vida solitária que leva em meio as palavras de Goethe e as partituras de Mozart...
'' Sou na verdade o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes - aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem ar nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.''
Escrito em 1927, repleto de influência da psicanálise, é uma obra que subverte a lógica linear e possui inúmeras sutilezas , ao apresentar três versões de Harry Haller: ele é o editor que escreve e que surge narrando a história em que observa o comportamento de um cidadão que se porta desequilibradamente , sob a ótica de alguém caseiro, rotineiro, burguês, observando um '' farrista''.
  E , como um aspecto mágico, surge um propagandista  em que retrata a análise do comportamento do lobo da estepe.
'' Um homem da idade média condenaria totalmente o nosso estilo de vida como algo cruel, terrível e bárbaro.Cada época, cada cultura, cada costume e tradição tem seu próprio estilo, têm sua delicadeza e sua severidade, suas belezas e crueldades, aceitam certos sofrimentos como naturais, sofrem pacientemente certas desgraças.''
Fascinante  é que não se pode e o Autor apresenta que não existe como deva ser entendido a história.''Que cada um nele encontre aquilo que lhe possa ferir a corda íntima e o que lhe seja de alguma utilidade!''
A pergunta é sobre se existe um Lobo da estepe em cada um de nós.  E , como diz Harry,  ''na história existe enfermidade e crise, ela não leva a destruição e morte e sim ao contrário,  a redenção''.

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