sábado, 29 de novembro de 2008

Índia e Santa Catarina


Em momentos de atentados terroristas mundialmente noticiado e enchentes em nossa amada terra de Santa Catarina.

Muitos estão dormindo, bebendo, festando,comprando, celebrizando , premiando, confraternizando, e voce está aqui , lendo isto.

Existe a ansiedade, será o Shiva dentro de voce, aquele Deus que em sua dança, em seu movimento frenético e interminável é o responsável pela criação, manutenção e destruição do Universo?

Heinrich Zimmer, em sua obra Filosofias da Índia , que tem sua edição original em 1951, trata de conhecimentos e estudos originários sete séculos antes de Cristo.A primeira edição brasileira é de 1986 sendo considerada um marco nos estudos que possibilitam descortinar os mistérios intermináveis da profunda sabedoria sobre a Índia e sua cultura.

Uma frase em seu capítulo que trata do encontro do Oriente com o Ocidente é perturbadora. ‘’O divino deve, de algum modo, descer na matéria de nossa própria existência e participar neste peculiar processo vital.’’

Apresenta Zimmer que a principal finalidade do pensamento indiano é desvendar e integrar na consciência o que as forças da vida recusaram e ocultaram, não é descrever o mundo visível.

Apresenta- se o Eu – Atman, imutável, além do tempo, além de qualquer causalidade, medida ou domínio de visão.

A filosofia indiana apresentada por Zimmer está posta em comparação com os filósofos ocidentais em uma tabela que inicia- se no ano de 3.500 a.C. e encerra em Einstein ,1950.

A filosofia indiana , segundo o pensador inglês(?) fala-nos da estrutura e das potências mensuráveis da psique, analisa as faculdades intelectuais do homem e as operações de sua mente, avalia várias teorias do entendimento humano, estabelece os métodos e as leis da lógica, classifica os sentidos e estuda os processos pelos quais apreendemos, assimilamos , interpretamos e compreendemos as experiências.

A Índia tem suas próprias disciplinas psicológicas, éticas, físicas e metafísica. Seu interesse é a transformação , e não a informação , como a filosofia ocidental.

Um olhar diferente sobre a realidade é algo muito salutar. Nada é absoluto, o relativo é muito bom em tempos de pasteurização dos pensamentos.

Enquanto não somos atingidos fisicamente pelo caos urbano , em suas manifestações diárias de violência , corrupção e impunidade, temos a sensação de insegurança entranhada em nosso cotidiano. Encontro de Oriente e Ocidente poderá transformar o planeta ? Deixaremos de queimar a Amazônia?

Esta transformação é necessária. Cada dia mais intensamente.

Enquanto isso , vamos observando a destruição, do ambiente e a modificação das relações humanas sendo um vento poderoso na corrente do planeta em transformação.

A imagem de Shiva , o grande dançarino do Cosmo. Tudo que conhecemos são suas manifestações e efeitos de seu balé eterno. Qual será o ritmo em que ele dança agora?

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