No Caminho ouvindo Cartola, imerso nas memórias da vida repleta de nuances e confrontado com o aqui e agora uma tensão aflora como um grito na madrugada urbana e gelada e sangrenta invisível.
Tem alguém no século XXI que tenha um conceito claro do que os poetas de épocas poderosas chamam de inspiração?
Nietzsche em Ecce Homo apresenta sua oferta para o fim do século XIX com a seguinte descrição:
Se porventura se conserva o mínimo vestígio de superstição, seria difícil rechaçar de fato de ser mera encarnação, mero porta voz, mero medium de forças superiores.
A noção de revelação , no sentido de que, de repente, com uma segurança e uma fineza indizíveis, se deixa ver, se deixa ouvir algo, algo que comove e transtorna qualquer um no mais profundo, descreve simplesmente a realidade dos fatos.
Ouve- se, não se procura; toma- se, não se pergunta quem dá, como um relâmpago refulge um pensamento, com necessidade, sem vacilação na forma- eu pessoalmente nunca tive de escolher.
Um êxtase, cuja extraordinária tensão se resolve às vezes numa torrente de lágrimas, no qual algumas vezes o passo se precipita involuntariamente e outras vezes se torna lento...
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Inspiração e Acontece Cartola
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