segunda-feira, 14 de junho de 2010

Uma pergunta especial

Em meados do século XVIII, no ano de 1753, a Academia de Dijon, na França lançou uma pergunta a ser respondida a quem se habilitasse na época: Qual a fonte da desigualdade entre homens e se ela é autorizada pela lei natural.
A recompensa era uma medalha de ouro.
O prêmio foi atribuido a François Xavier Talbet, vigário geral de Lesear, que não se tornou relevante na história.
Mas a pergunta foi de tal ousadia que um cidadão chamado Jean Jacques Rousseau teve coragem de discuti-la.
Suas reflexões deram origem ao Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, obra fundante do pensamento ocidental nas numerosas matizes de respostas que se desdobram para esta questão.
Seu ensaio, chamado de O Segundo Discurso, foi publicado em junho de 1754 em Amsterdã e é referência sobre a cultura política até o momento atual.
Duas linhas alicerçam a importância do pensamento Rousseauniano.
Primeiramente é a denúncia das desigualdades econômicas, sociais e políticas existentes que se fundamentam na propriedade privada e suas consequências.
A segunda é a idéia que a civilização, em seu combate natureza X homem é ambígua, portadora de uma dimensão destrutiva que origina uma realidade perversa.
Apresenta o grande pensador que o desenvolvimento das capacidades e dos poderes técnicos inerentes a civilização se encontra na origem de um irremediável conflito entre o homem e a natureza .

'' Não importa o que digam os moralistas, o entendimento humano deve muito as paixões, as quais, na opinião geral, também lhe devem muito.
É pela atividade delas que nossa razão se aperfeiçoa.
Só buscamos conhecer por que desejamos usufruir,
e não é possível conceber por que motivo se daria o trabalho de raciocinar quem não tivesse desejos nem temores.''
Rousseau

''Quanto mais violentas as paixões, mais necessárias são leis para contê-las.''
Rousseau

''É manifestamente contra a lei da natureza,
não importa como a definamos,
que uma criança comande um velho,
que um imbecil conduza um homem sábio
e que um punhado de gente tenha coisas supérfluas em abundância
enquanto a multidão faminta carece do necessário. ''
Rousseau



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