No estudo da complexidade humana, Hannah Arendt , filósofa e pensadora política nascida na Alemanha em 1906, fez uma grande reflexão sobre a prática política de nosso tempo .
Extraído de sua obra '' A condição humana'' a consideração que quando as pessoas estão livres do trabalho e não mais necessitam de estar em sociedade para satisfação de necessidades, dedicamo-nos a gozar da liberdade em atividades estritamente privadas e isoladas do mundo, o que chamamos de hobbies.
O pensar a partir de grandes idéias nos levam a ondas gigantes, a vontade da genialidade que se traduz em sangue e dor , ou na infinita tolerância mística.
Os hobbies são idealizados para tornarem- se trabalho, somos hoje impulsionados pela frase de que se gostamos do que fazemos não trabalharemos um dia sequer em nossas vidas.
O trabalho está associado ao castigo bíblico imposto ao homem e hoje é considerado uma conquista das mulheres.
O trabalho era algo a ser realizado pelos escravos , Marx apresenta que com a extinção do escravagismo surgem os salários.
Ao final do Império Romano a idéia de que não haviam homens livres, todos eram escravos de alguém, sendo uma grande corrente que chegava até ao Imperador, percorria a toda humanidade.
Hoje somos guiados pelo consumismo, pela pusilanimidade de nossos líderes políticos e pela violência dos direitos onde não existem deveres.
O consumismo alimentado pela obsolescência programada torna mais destruidora a principal característica da vida em relação ao mundo, que é minar a durabilidade.
Os bens são consumíveis, recicláveis, substituíveis em ciclo eterno de preenchimento de necessidades estimuladas 24 horas por dia durante todos os dias.
A utopia da extinção do trabalho apresenta aspectos sombrios para uma humanidade voraz.
O desafio é transcender a futilidade de uma Sociedade em que a vida não se fixa nem se realiza em coisa alguma que seja permanente. Arendt
Nenhum comentário:
Postar um comentário