sexta-feira, 16 de março de 2018

Sobre a servidão voluntária


No Caminho e a plenitude.
As reflexões se misturam como as águas e os destroços da cidade.
A morte no Rio de Janeiro, a tristeza do Brasil degenerado,  o desrespeito em geral , a imundície.
É necessário irmos para muito além disto,  precisamos absorver as carências, lutar contra as injustiças, amenizar a dor  de quem pudermos oferecer nosso carinho.
Desenvolver o corpo como o receptáculo da mente voraz, destemida, insaciável. Estamos no trajeto da serenidade.
A espada afiada , embainhada, o olhar de desapego, a luta no paradoxo da sociedade dos prazeres.
Sobre  a luxúria, o amor, a dor do luto, o crescimento das plantas, um dia depois do outro.
Amar e suportar, desfrutar, e ou é,  nos maravilhamos ou nos perdemos nas palavras, estas se consomem em bytes para o esquecimento ou a  imortalidade...
Voce está aqui. 
Curiosa, perguntando ou respondendo, afastando, aproximando, marcando prazos, desejando  clientes, construções e cores e inovações e marketing e tudo pode ser fruto de uma ansiedade sem limites pois nos desejamos mais e mais...
Quando tudo tornar- se tolice o diamante estará em seu coração.
Descobrimos Étienne de La Boétie (1530-1563) e sua obra Discurso sobre a servidão voluntária,tradução Evelyn Tesche,1º edição em portugues 2017.
Por que alguém se submete? Por que somos obedientes?
A servidão voluntária está em nossos hábitos, escravizados pelo dinheiro, pela pressão  que nos impomos , a sociedade e seu código.
A servidão se reflete em como lidamos  com  os ódios, as dores insuportáveis de perdas que jamais retornarão.
Quais  nossos limites de tolerância e suportamento de assassinatos e estupros mentais e físicos?
O que nos permitimos obedecer? Este limite  é imposto pelo indivíduo e socialmente cobrado . 
Nos submetemos as armas, ao dinheiro, ao amor, ao mêdo da morte.
Como nos submetemos, qual a nossa dor, que desrespeito a faria matar ou morrer?
No Caminho nos submetemos ao treinamento árduo, o olhar para o pico da montanha.

  A servidão é amarga e a liberdade é doce, e devemos ter piedade daqueles que tem o pescoço sob jugo.
Étienne de La Boétie






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