quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Bem Supremo, o Tempo e a Eternidade

A cidade grande nos impondo os limites da urbanidade violenta , poluida e amoral.
Qual sua maneira para a convivência civilizada?
Qual será o bem supremo, existe algo além do Hubble sobre o tempo e a eternidade?

Reflexões sobre temas inesgotáveis, maiores que a poeira da individualidade consumista.
Devaneios sobre o Caminho a partir do legado da filosofia Indiana.
Entender como outras culturas elaboram e pensam contribui para a tolerância e a dignidade humana.

Uma figura mitológica fundamental para a tentativa de compreensão do pensamento indiano é o deus Shiva.
A dança de Shiva significa que o Cosmo é o seu palco, onde Ele é , ao mesmo tempo ator e audiência.
As energias reunidas em seu movimento frenético e interminável são as responsáveis pela criação, conservação e dissolução do Universo.
A natureza e todas suas manifestações são efeitos de sua dança Eterna.

Este conceito, expresso no clássico Filosofias da India de Heinrich Zimmer, publicado em 1951, primeira edição brasileira em 1986, atravessa os séculos e leva a reflexão sobre os temas dos demais capítulos de sua obra inesgotável.
Algumas questões apresentadas pelo filósofo alemão que dedicou sua vida a entender o subcontinente Índia
A verdade, a busca interminável, é espelhada universalmente em uma Realidade, uma e a mesma, mas é interpretada em cada época e em cada terra de acordo com sua simbologia e meio cultural.
A filosofia da Índia é fundamentalmente cética em relação as palavras.
Tem cautela para traduzir em fórmulas puramente intelectuais a resposta ao enigma do Universo e da ciência humana.
Em tempos de reprodução do Big Bang em um túnel isto soa metafísico, mas ao mesmo tempo é atemporal.
As quatro metas da vida estão ligadas as posses materiais, ao prazer a ao amor, aos deveres religiosos e morais e por último a redenção , a liberação espiritual.
O caminho do nascimento ao fim é ditado por estas buscas organizadas ao longo do ciclo de existência.
No mundo de dar vida as sementes de pessoas mortas isto soa metafísico, mas é paradoxalmente atemporal.
Entre miríades de leituras e extrações de possíveis pensamentos que enriquecem o transcorrer dos dias, a noção que '' Os deuses estão em nós'' é perfeitamente compatível com a mensagem de que o alimento, a carne e o sangue se transformam em corpo vivo que condicionam e movem a estrutura corporal.
Ao seu fim, com a decomposição isto alimenta a fervilhante vida que surge continuamente num interminável circuito de metabolismo.
Mesmo suas cinzas colaboram para o milagre do contínuo renascer da Natureza.
Enxergar a si mesmo é ver o Tudo e o Nada.
Será esta a Libertação?
Voce está presa a algo?

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