sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Darcy Ribeiro, o Povo Brasileiro e o Caminho

Pode - se esperar que a noite , ouvindo musica, quando se põe a escrever e invoca o Grande pensador Darcy Ribeiro, se crie um discurso que contribua com uma construção de um lugar melhor para viver.
Tal chuva interminável , o pensamento mistura suas sensações doces -acres do mundo.
Consultando o manancial de sabedoria e conhecimento, o livro O povo brasileiro , publicado em 1995, dois anos antes de falecimento do pensador, político, antropólogo, Darcy Ribeiro, nascido no ano que é o marco do modernismo no Brasil, 1922, o leitor encontra no capítulo Classe, cor e preconceito , o diagrama 1 entitulado estratificação social brasileira.
Depara- se com a colocação da visão de mundo da existência da organização da Sociedade brasileira da seguinte forma: classes dominantes, os setores intermediários, as classes subalternas e as classes oprimidas.
A tipologia das classes sociais é descrita como existindo nas classes dominantes o estamento gerencial estrangeiro em conflito com o patriciado estatal e civil, assim como com o patronato oligárquico, dividido em senhorial parasitário e o empresarial contratista. Esta organização social gerou e gera muitos conflitos.
Pausa na noite escura, insegura, repleta de bêbados- que podem se negar a assoprar o bafometro- traficantes e as pessoas se divertindo em música e dança e vendo televisão em seus lares .
Pausa na idéia de Ribeiro do ''pavor- pânico'' que infunde a todos a ameaça de uma insurreição generalizada.
Estamos imersos e anestesiados no pânico - pavor do assalto e furto e estelionato e crime sexual e tráfico e bala perdida e medo de andar de onibus e de carro generalizada.
A palavra parasitário permanece atual, cruel e perfeita para a sensação de ver o Presidente e seus aviões e dez carros de comitiva viajando pelo Brasil apoiando e discursando e se auto- elogiando.
O parasitário como expressão biológica se repetirá pela precisão ao se pensar em impostos e serviços públicos e conduz a Brasília e a reflexão que a tipologia de Darcy não explicita o tipo nefasto que conduz a insegurança e a sensação de crimes que emana dos governantes.
Será que sempre foi assim? Os doze césares de Suetônio descrevem sujeitos que, em seus perfis pusilânimes, assemelham- se definitivamente a vários personagens do senado brasileiro, sempre em minúsculas letras.
Observando o exercício absoluto do poder da casta dos políticos. Intocáveis, inimputáveis, deuses no mundo dos brasileiros. A nossa Roma cínica.
Algo que remete a mais absoluta perversidade pois o discurso é a representação do povo e o poder do povo.
Vive- se a desfaçatez e o desrespeito a qualquer lógica de valores.
Mas vem a mente que :

1. A sua irritação não solucionará problema algum.
2. As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.
3. Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.
4. O seu mau humor não modificará a vida.
5. A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.
6. A sua tristeza não iluminará os caminhos.
7.O seu desânimo não edificará coisa alguma.
8.As suas lágrimas não substituirão o suor que voce deve verter em benefício de sua própria felicidade.
9.As suas reclamações jamais acrescentarão, nos outros, uma só grama de simpatia por voce.
10. Não estrague seu dia. Aprenda com sabedoria divina a desculpar infinitamente, construindo sempre o infinito bem.

Fortaleza para suportar.
Sarney e assemelhados continuam no poder.

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