quarta-feira, 18 de março de 2009

Fábula Africana

Dizem  as lendas africanas que Xango é um deus guerreiro e sabe fazer valer sua valentia. 
Seus soldados estavam sendo derrotados e os oráculos chamados não lhe informavam  como vencer. 
Deprimente um guerreiro em prantos pedindo aos céus alguma ajuda. Como imaginar um sanguinário chorando , se encolhendo, sentindo- se pequeno e despreparado para a guerra, o sangue, o tremor infinito?
 Mas que deus é este que nos permite a infelicidade e o cheiro entranhante da miséria atroz, da dúvida da Glória, do sem sentido de cada dia?
A persistência, o desejo da vitória, a certeza da imortalidade , qualquer que seja o preço, conduziu seus comandados a vitória.
 Os desgraçados opositores estavam prestes a não existirem mais.
No momento da vitória com carnificina absoluta, com os humanos calcinados e destruidos, os que restaram, cobertos de cinzas e lama , estavam prontos para o sacrifício final.
Xango os liberou de seu machado e da sanha assassina que daria tanto prazer aos insanos guerreiros que gostam de bater nos mais fracos e sangrar esganados a vingança nos fortes. Perdoou-os. Tornou- se Xango , o rei da Justiça.

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